sábado, 31 de julho de 2010

ARTISTA EM FOCO: Pachelly Jamacaru - Por: Dihelson Mendonça


Pachelly

O artista em foco de hoje é o caririense Pachelly Jamacaru, irmão mais jovem do também admirável cantor e compositor Abidoral Jamacaru, e de Roberto jamacaru, um dos maiores poetas e escritores do Cariri.

Pachelly logo cedo abraçou a música como sua paixão-mor. Participou de inúmeros festivais, e ficou amplamente conhecido em 1979 com a música "não haverá mais um dia", canção que, venceu um festival, foi gravada em disco "Massafeira", nome de um dos maiores movimentos musicais do Ceará, e estilisticamente falando, não difere em qualidade nem em grau de harmonia e ousadia de suas composições mais atuais. Pachelly possui atualmente 3 CDs gravados. e 1 em processo de lançamento. Há muitos anos, descobriu outra grande vocação, a fotografia, que ultimamente tem se tornado uma verdadeira paixão. Já realizou diversas exposições de seus trabalhos com enorme sucesso.

Pachelly

A beleza de suas fotografias é comparável aos melhores do gênero no Brasil. Tanto que merecidamente, ganhou uma premiação da maior Revista de fotografia do País, a "Fotografe Melhor", em concurso a nível nacional recentemente. Mas o Crato, como sempre acontece, desconhece esse talento...Dotado de uma sensibilidade para o visual, para o inusitado, suas fotos não são meramente fotos, mas poemas em forma de imagens, algo que inspira outros artistas. Por outro lado, a música de Pachelly Jamacaru possui harmonias complexas, inusitadas, incomuns, de um gosto muito refinado, suas influências são muito abrangentes, de Caetano, Gilberto Gil, Tom Jobim, e eu diria até que no Ceará, e porque não dizer, no Nordeste, desconheço compositor popular de tamanho refinamento. Pachelly não junta meramente letras com músicas, suas melodias podem ser ouvidas ainda de modo instrumental, que funcionam da mesma forma. Não se limita a uma ou duas posições ao violão. São refinadas. Algumas de suas composições, como a "A MANGA" ( presente em seu mais recente álbum ), revela uma complexidade que se torna difícil até para um exímio violonista aprender. Mas ele, Pachelly, na sua simplicidade, nem se considera um violonista, diz que apenas se utiliza desse instrumento para as suas "experiências".

Pachelly

Composição - Essa é a palavra. Seja na música, seja na fotografia, Pachelly Jamacaru é um grande artista do Crato. Não meramente um poeta, não meramente um autor de melodias, mas de harmonias marcantes, profundas, que apenas, como diria o também compositor, Tom Jobim, "só privilegiados tem ouvidos" capazes de ouvir e compreender.

RECORTES DE JORNAIS...







Conheça mais os trabalhos do artista, visitando-o em seu website oficial:

http://pachellyjamacaru.blogspot.com


Pachelly PeB


Pachelly


Fotos e Texto: Dihelson Mendonça
Proibida a Reprodução, Salvamento e Utilização sem a permissão do Autor. Blog do Crato - Há 5 Anos, divulgando a Arte e a Cultura do Cariri

domingo, 25 de julho de 2010

Ensaio, Lu Fernandes...


Fim de semana no sítio. Fotos feitas no sítio do meu Tio onde costumo ir nos fins de semana.

Todas sem qulquer tratamento pós-click.

Abraço a todos e bom domingo.

Memória... Sítio Fundão. Por Pachelly Jamacaru, ENSAIO

HOMENAGEM AO SR. JEFFERSON.
Quando menino, meu pai me levava para o Sítio Fundão. É uma reserva natural, hoje sob a responsabilidade do Governo Estadual. Existe a idéia de transformar esta reserva, num parque ecológico, com visitação. Enquanto isso não acontece, infelizmente a morada e a memória estão ao léo, com sério risco desaparecerem seus últimos vestígios. Fica à aproximadamente a 01 Km da cidade de Crato-Ceará.

Essa área, foi apreservada, amada, cuidada pelo Sr. Jefferson, um ancião de muita sabedoria, que contemplava e compreendia que deixar a natureza em paz, era colher os frutos desta atitude, simples, mas de muito conteúdo existencial.

Ah, como me lembro daquele sorriso, daquela barba longa e branca, vestido de branco, sentado em sua cadeira de balanço, antenado com acontecimentos do mundo, mas sem se ausentar do seu recanto.

Sr. Jefferson,
- Bom dia meu filho, como vai seu pai! Pegue umas bananinhas, vá tomar um banho lá no poço fundo... Trouxe algum jornalzin da cidade?

Eu em verdade, banhava-me, era no profundo do coração daquele homem bom!

Entrada do Sítio: Julho 2010


Melhor, é não saberem como está este lar, agora! Estas imagens foram feitas, parte delas, em 2008! É melhor não ver, asseguro. Dói n'alma!



Assim fazia, igualzinho a estes guris, tomava um gostoso banho, na maior paz!



Uma das raridades do sítio, que é rico em biodiversidade.



Fotos: Pachelly Jamacacru
Atenção: Não replicar, publicar em outros blogs, sem autorização do autor.
"Direitos reservados"

segunda-feira, 12 de julho de 2010

domingo, 11 de julho de 2010

Conversando sobre Fotografia com Dihelson Mendonça - A pós-produção em Fotografia


Olá, Amigos,

Hoje é um daqueles domingos de muito sol e vento aqui no Crato. Dia de relaxar, esticar as pernas e não fazer absolutamente nada, a não ser contemplar a natureza, e os retratos da natureza. Dia também de conversar um pouco sobre a Arte da Fotografia, e o tema escolhido para o dia, é a chamada Pós-Produção. Como o nome diz, a pós produção se faz depois da produção de algo. Em música, por exemplo, após a gravação das faixas, é preciso fazer a correção das frequências, chamada equalização, a correção de volumes, chamada mixagem, e chegamos ao estágio final, que é a pós-produção, quando damos os últimos retoques em um pacote que já está fechado. Mas esse último retoque é fundamental para o sucesso. Em música, é chamado de Masterização.

Em fotografia, também temos uma "masterização", ou pelo menos, sempre deveríamos ter. Porque as cores e a luz captada pela câmera, podem não ser a mesma que o autor tinha em mente, ou este pode também querer influir com o seu talento e criatividade no destino final das imagens, quando aí é exercido o seu papel de artista, de criador.

Para mim, fotografar é apenas o princípio de tudo. A fotografia não termina quando se aperta o obturador. Pelo contrário, a jornada começa ali. Ir às ruas, florestas, lugares diferentes e colher a matéria que poderá se tornar uma boa fotografia é o trabalho básico do fotógrafo, mas isso não quer dizer que tudo que ele vai colher serão obras-de-arte, e nem poderão ser transformadas em Arte através de algum processo "milagroso", pois isso não existe. A idéia da fotografia deve existir desde o primeiro momento, mesmo antes de se clicar o obturador, aliás, só se deve dar um click tento absoluta certea se a foto poderá ser útil. Para mim, a fotografia é antes de tudo uma idéia, e como já dizia Elliott Ervit, fotografia não tem nada a ver com aquilo que você vê, mas tem TUDO a ver com a maneira como você vê. Então, na realização das idéias, e principalmente no sentido de expressar a Arte, que não tem nada a ver com a realidade imediata, um conjunto de ferramentas pode se fazer necessário. Eu costumo dizer que o Photoshop e outros programas de Edição estão para a Fotografia Digital assim como a Sala Escura está para a Fotografia Analógica.

Para os mais puristas começo dizendo uma coisa muito simples: A deformação da realidade em fotografia já existe desde o princípio desta, quando eram feitas fotos em Preto e Branco, e sabe-se que o mundo é em CORES. A foto em Preto e Branco já é uma deformação do mundo como o olho humano percebe. As inúmeras fotos publicadas em livros, periódicos, sempre passou ainda na era analógica por processos diversos que serviam para enfatizar certos pontos, com a aplicaçao de filtros coloridos, deformações, aumento de contraste, etc.

Os programas são quase imprescindiveis no mundo moderno, quando precisamos corrigir cor, brilho, contraste e inúmeros outros pontos. Hoje em dia, até a aberração esférica, que é um DEFEITO das lentes Grandes Angulares, pode-se minimizar corrigindo no Photoshop. O olho humano não vê com esse defeito. É um problema que surge na lente, e precisa ser corrigido, assim como a aberração cromática, e, falta ou excesso de nitidez, etc. Diga-se de passagem, que a totalidade das câmeras fotográficas digitais já trabalha com PRESETS, que são programas distintos para cada ocasião, e esses programas trabalham no sentido de deformar a imagem colhida no sensor da câmera tornando as imagens mais agradáveis para o olho humano. Uma foto sem processamento, por exemplo, em Formato RAW seria muito estéril para o nosso olho em termos de cor, brilho e contraste, e dependendo do tipo de assunto abordado ( paisagens, retratos, etc ). Uma pós-produção é extremamente importante para dar relêvo da fotografia. Para dar a devida expressão que o autor quis transmitir, mas que por uma deficiência da própria câmera, ou do meio a ser divulgado ( Telas LCDs, etc ), aconteceu uma perda.

Abraços a todos, e Bom Domingo.
Até o nosso próximo Encontro.

Dihelson Mendonça
Para o Olhares do Cariri - www.olharesdocariri.blogspot.com
E Zoomcariri - www.zoomcariri.blogspot.com

Novo pôr-do-sol no Jacaré PB - Emerson Monteiro